A agricultura sustentável é uma parte importante do sistema alimentar global, e os Bioinsumos desempenham um papel fundamental como insumos de origem biológica, que podem ser usados para controlar pragas e doenças, melhorar o rendimento das culturas e a qualidade do solo.
Alguns exemplos incluem fertilizantes orgânicos, microrganismos benéficos e outros agentes biológicos que substituem a utilização de fertilizantes e defensivos químicos, por exemplo, com o uso de parasitoides para controlar a broca-da-cana-de-açúcar.
O Brasil tem uma longa e rica história de utilização de bioinsumos, sendo líder neste campo de inovação. E, com o complemento de técnicas como o plantio direto, chega a produzir 3 safras ao ano.
A história dos bioinsumos no Brasil
Após diversas tentativas nas primeiras décadas do século XX, a pesquisa brasileira de bioinsumos teve seu primeiro sucesso com o controle biológico de pragas em 1967, na Bahia. O primeiro insumo foi uma espécie de joaninha, Neodusmetia sangwani, para controlar a cochonilha em pastagens, a Antonina graminis.
Outro avanço no biocontrole de pragas foi com a descoberta do Metarhizium anisopliae, um fungo capaz de controlar a broca-da-cana, sem prejudicar outros insetos ou causar danos ao meio ambiente. No controle de doenças de plantas, o primeiro êxito foi no combate à Tristeza dos Citros, com estirpes fracas do vírus, prática realizada até hoje.
Em 1973, o governo criou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, para coordenar o sistema da pesquisa e da tecnologia agrícola. No ano seguinte, criaram-se centros especializados por produto, como a Embrapa Arroz e Feijão, em Goiânia.
Na década de 1980, a Embrapa iniciou pesquisas em bioinsumos, como biofertilizantes e inoculantes. Hoje, é responsável por inúmeras inovações na agricultura brasileira, incluindo variedades de plantas resistentes a pragas e doenças, técnicas de manejo de solos e água, e sistemas de produção sustentáveis.
Tipos de bioinsumos e suas aplicações na agricultura
No passado, os agricultores dependiam exclusivamente de fertilizantes e pesticidas químicos para melhorar o rendimento das colheitas. Hoje, graças ao avanço da pesquisa científica, existem diversos tipos de insumos biológicos disponíveis:
● Biopesticidas: Utilizam-se organismos vivos, como bactérias, fungos e vírus, para o controle de pragas e doenças nas plantas de forma natural e sem a utilização de agroquímicos.
● Bioestimulantes: Produtos com substâncias que estimulam o crescimento e o desenvolvimento saudável das plantas, como aminoácidos, vitaminas e hormônios.
● Compostos orgânicos: São produtos feitos a partir da decomposição de resíduos orgânicos, como restos de plantas e de animais, que podem ser utilizados como fertilizantes para o cultivo.
● Inoculantes: São produtos que contêm microrganismos benéficos, como bactérias fixadoras de nitrogênio e micorrizas, aplicados diretamente nas sementes ou no solo para aumentar a produtividade das culturas.
● Biocontrole: São produtos que utilizam organismos vivos, como insetos predadores e parasitoides, para controlar pragas e doenças nas plantas.
A adesão dos bioinsumos na cultura de soja é uma das maiores responsáveis pelo crescimento da tecnologia no país. Os principais usos são para fixação biológica de nitrogênio e o controle biológico da lagarta da soja, além de vários outros benefícios que demonstram o sucesso e a importância da pesquisa brasileira.
Os benefícios do uso de bioinsumos em práticas agrícolas
Um estudo realizado pela Embrapa mostrou que o uso de bioinsumos pode aumentar a produtividade das culturas em até 20%, além de reduzir a quantidade de fertilização fosfatada pela metade.
A redução dos impactos ambientais é uma das principais vantagens: os insumos biológicos aumentam a biodiversidade no solo, melhoram a resiliência de todo o agroecossistema, possibilitando maior produtividade.
O uso de inoculantes na cultura da soja na safra 2020/2021 foi de 80%, considerando uma área de 38,5 milhões de hectares. Com isso, estima-se que a economia com agroquímicos tenha sido superior a US$17,8 bilhões.
Outro estudo da Embrapa indica a redução, em 45%, dos danos causados pela mancha do tomateiro. Goiás responde por cerca de 29% da cultura nacional de tomate, e os resultados da pesquisa encaminham para o desenvolvimento de um bioinsumo capaz de substituir os produtos comerciais atuais, à base de cobre.
Como escolher bioinsumos certos e maximizar suas vantagens
O Brasil é o país com maior área sob controle biológico, ultrapassando 5 milhões de hectares, em 2021. O uso de bioinsumos na agricultura pode trazer benefícios ambientais, econômicos e sociais, contribuindo para a sustentabilidade e o desenvolvimento da produção agrícola.
Para tanto, é fundamental fazer a escolha correta do insumo conforme as necessidades da sua produção. Produtores e produtoras devem entender o ciclo dos bioinsumos utilizados, quais são seus alvos, assim como seus efeitos, antes de realizar a aplicação, de forma que seja possível maximizar os efeitos positivos.
Diante de tantas possibilidades, o Senar Goiás preparou um curso gratuito e online para você, que busca entender mais sobre esse universo, saber como utilizar bioinsumos em sua propriedade.