24.fev.2025
Fertilidade do solo: o segredo para uma agricultura mais produtiva

A fertilidade do solo garante a qualidade, a sustentabilidade e a produtividade dos mais diversos sistemas agrícolas.
O Brasil possui um enorme potencial agrícola, e um estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que 32% do território nacional apresenta boa (30%) ou muito boa (2%) potencialidade para o desenvolvimento agrícola, devido às características naturais do solo e do relevo. Outros 33% possuem moderada potencialidade, necessitando de manejos adequados para corrigir deficiências nutricionais e aumentar a produtividade de forma sustentável.
Diante desse contexto, continue a leitura e entenda um pouco mais sobre a fertilidade do solo.
O que é fertilidade do solo e por que ela é importante?
A fertilidade do solo refere-se à capacidade do solo de fornecer os nutrientes essenciais para o crescimento saudável das plantas. Um solo fértil contém uma combinação equilibrada de macro e micronutrientes, matéria orgânica, estrutura adequada e um pH favorável, permitindo que as plantas se desenvolvam plenamente.
A fertilidade do solo influencia diretamente a produtividade das culturas, a qualidade dos alimentos produzidos e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas. Solos férteis reduzem a necessidade de fertilizantes químicos, promovem a retenção de água e nutrientes e suportam uma microbiota saudável, essencial para a ciclagem de nutrientes.

Quais são os fatores que influenciam na fertilidade do solo?
A fertilidade do solo é determinada por diversos fatores inter-relacionados, confira alguns exemplos:
Macronutrientes e Micronutrientes
Os solos devem fornecer nutrientes em quantidades adequadas para atender às necessidades das plantas. Os macronutrientes são elementos necessários em maiores quantidades para o crescimento das plantas, incluindo nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre (S). Já os micronutrientes, requeridos em menores quantidades, englobam ferro (Fe), manganês (Mn), zinco (Zn), cobre (Cu), boro (B), molibdênio (Mo) e cloro (Cl).
Equilíbrio do pH do Solo
O pH indica o grau de acidez ou alcalinidade do solo e afeta diretamente a disponibilidade de nutrientes para as plantas. A maioria das culturas se desenvolve melhor em solos com pH entre 6,0 e 7,5. Valores fora dessa faixa podem limitar a absorção de nutrientes essenciais, comprometendo o crescimento vegetal.
Nível de Água
A umidade do solo é indispensável, pois a água atua como meio de transporte para os nutrientes até as raízes das plantas. Tanto o excesso quanto a deficiência de água podem prejudicar a absorção de nutrientes, afetando negativamente a fertilidade do solo e o desenvolvimento das culturas.
Textura do Solo
Uma textura equilibrada facilita a retenção de nutrientes e a disponibilidade de água para as plantas. A proporção de areia, silte e argila determina a textura do solo, influenciando a aeração, drenagem e capacidade de retenção de nutrientes. Solos argilosos tendem a reter mais nutrientes e água devido à menor porosidade, enquanto solos arenosos possuem maior drenagem, levando à perda de nutrientes.
Aeração
A aeração diz respeito à circulação de ar nos poros do solo, fornecendo oxigênio necessário para a respiração das raízes e dos microrganismos benéficos. Uma boa aeração promove a decomposição da matéria orgânica e a liberação de nutrientes, contribuindo para a fertilidade do solo.
Capacidade de Troca Catiônica (CTC)
A Capacidade de Troca Catiônica (CTC) é a habilidade do solo de reter e disponibilizar cátions nutrientes, como cálcio, magnésio e potássio, para as plantas. Solos com alta CTC podem armazenar mais nutrientes, tornando-os disponíveis conforme a necessidade das plantas, o que é fundamental para a manutenção da fertilidade.
Matéria Orgânica
A presença de matéria orgânica, composta por resíduos de plantas e animais em decomposição, melhora a estrutura do solo e aumenta a capacidade de retenção de água e nutrientes. Além disso, ela serve de alimento para microrganismos benéficos, que auxiliam na ciclagem de nutrientes e na manutenção da saúde do solo.
Como avaliar a fertilidade do solo?
Os fatores de fertilidade citados acima são identificados a partir da análise correta do solo. Para isso, existem métodos de avaliação que devem começar com a coleta adequada da amostragem do solo.
A ausência de critérios adequados na coleta das amostras pode comprometer a análise, alterando os valores das variáveis avaliadas. Uma amostra com cerca de 300g de solo, por exemplo, representa uma área extensa. Com isso, qualquer erro na amostragem pode distorcer os resultados e influenciar decisões no manejo agrícola.
Além disso, a profundidade da coleta deve ser ajustada de acordo com a cultura cultivada. Plantas perenes, por exemplo, que possuem raízes mais profundas, exigem amostras coletadas em camadas mais profundas do solo para uma avaliação mais eficaz.
Técnicas de correção e adubação
Uma vez realizada a análise das amostragens, é preciso seguir com a correção e fertilização do solo, que são práticas essenciais para otimizar a fertilidade e garantir o desenvolvimento saudável das culturas.
A calagem e a gessagem são técnicas complementares de correção do solo, cada uma com funções específicas. A calagem tem como objetivo principal neutralizar a acidez do solo, elevando o pH e aumentando a disponibilidade de nutrientes como cálcio e magnésio. Em contrapartida, a gessagem não altera significativamente o pH, mas é utilizada para fornecer cálcio e enxofre, além de melhorar a estrutura do solo em camadas mais profundas, facilitando o desenvolvimento radicular.
Depois de corrigir, é hora de adubar. Os fertilizantes são responsáveis por garantir que as culturas recebam os nutrientes necessários em cada fase do seu crescimento e são ser divididos em duas categorias principais:
Fertilizantes orgânicos, derivados de fontes naturais, como esterco, compostos vegetais e restos de culturas. São uma alternativa sustentável, pois melhoram a estrutura do solo e promovem a atividade microbiana, liberando nutrientes gradualmente. No entanto, sua disponibilidade depende da decomposição por microrganismos, tornando o processo mais lento e menos previsível.
Fertilizantes sintéticos (químicos), produzidos industrialmente, são solúveis em água e de rápida absorção pelas plantas, proporcionando um efeito imediato no crescimento vegetal. Contudo, o uso excessivo pode levar à degradação do solo, poluição de corpos d’água e impactos negativos na saúde humana e ambiental.
Fertilidade do solo em Goiás: um diferencial competitivo para o agro
Goiás, um dos principais polos do agronegócio brasileiro, apresenta uma diversidade de solos que exigem manejo adequado para manter a produtividade e garantir colheitas de alta qualidade.
De acordo com um estudo realizado pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), as categorias de solo encontradas no estado são:

Se você está em Goiás e deseja aprender as melhores técnicas para melhorar a qualidade das suas terras e aumentar a competitividade do seu negócio, faça os cursos online e gratuitos do Programa Fertilidade do Solo e Adubação. Você vai aprender sobre coleta e interpretação da análise do solo, técnicas de correção, além de boas práticas de adubação para diferentes tipos de cultura.